O Conselho de Segurança da ONU condenou nesta sexta-feira (15), a condução das eleições na Rússia em áreas ocupadas da Ucrânia.

“A tática da Rússia de realizar eleições falsas nos territórios ocupados da Ucrânia é, de fato, um padrão”, disse Linda Thomas-Greenfield, embaixadora dos Estados Unidos, na ONU.

“É uma forma de tentar fortalecer a falsa reivindicação da Rússia às partes da Ucrânia que invadiu ilegalmente. É uma afronta aos princípios da Carta da ONU que sustentam a segurança e a estabilidade globais. Condenamos esta falsa eleição”, complementa.

“Essas eleições são uma farsa por causa de uma verdade simples: você não pode realizar eleições legítimas no país de outra pessoa”, disse James Kariuki, vice-embaixador do Reino Unido na ONU. “[os resultados] não serão reconhecidos, assim como nunca reconheceremos a tentativa de anexação do território ucraniano pela Rússia”, afirma.

Em meio à guerra na Ucrânia, o conflito mais mortal na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, Putin domina o cenário político da Rússia e nenhum dos outros três candidatos apresentam qualquer ameaça ao líder russo.

Mais de 114 milhões de russos são elegíveis para votar, inclusive no que Moscou chama de seus “novos territórios” – quatro regiões da Ucrânia que suas forças controlam apenas parcialmente, mas que reivindicaram como parte da Rússia. A Ucrânia diz que a realização de eleições na região é ilegal e nula.

“O falso processo eleitoral nos territórios temporariamente ocupados é marcado pela intimidação e coerção da população local”, disse Sergiy Kyslytsya, embaixador da Ucrânia na ONU.

“Os russos elaboraram muitos meios para alcançar isso. Entre eles, ameaças contra a vida, prisões ilegais, restrição de acesso a cuidados de saúde e serviços sociais, ameaças de deportação e privação de propriedade. Não devemos esquecer que essas ações acontecem sob a mira de uma arma”, finaliza.

Se Putin completar um novo mandato de seis anos, ele ultrapassará o ditador soviético Josef Stalin e se tornará o governante mais antigo da Rússia desde a imperatriz Catarina, a Grande, no século XVIII.

*Com informações da Reuters