“Todas as vacinas que tiverem sua eficĂ¡cia e registros da maneira correta na Anvisa [AgĂªncia Nacional de VigilĂ¢ncia SanitĂ¡ria], se houver necessidade, vĂ£o ser adquiridas. O presidente Jair Bolsonaro jĂ¡ deixou isso de forma clara”. A declaraĂ§Ă£o foi feita pelo ministro da SaĂºde, Eduardo Pazuello, em uma reuniĂ£o, nesta terça-feira (8), com os governadores de 15 estados para discutir a compra de vacinas contra a covid-19, no PalĂ¡cio do Planalto.
Ao grupo que participou do encontro – parte presencialmente e parte por videoconferĂªncia –, Pazuello lembrou os acordos jĂ¡ feitos pelo governo federal com o laboratĂ³rio AstraZeneca para a compra de 260 milhões de doses e insumos para fabricaĂ§Ă£o, e a entrada no consĂ³rcio Covax Facility, para compra de 42 milhões de doses de vacinas. “O SUS jĂ¡ tem capacidade [para compra] de 300 milhões de doses para 2021”, disse.
CrĂticas
Os governadores criticaram o anĂºncio feito ontem (7) pelo colega de SĂ£o Paulo, JoĂ£o Doria, que começaria a imunizar os paulistanos a partir do dia 25 de janeiro com a CoronaVac, vacina contra a covid-19 desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. Doria se comprometeu a iniciar a vacinaĂ§Ă£o antes da aprovaĂ§Ă£o do imunizante pela Anvisa e causou mal-estar entre os colegas, que cobraram do ministro da SaĂºde que nenhum estado saia na frente na imunizaĂ§Ă£o da populaĂ§Ă£o.
“Isso Ă© algo que coloca em jogo a credibilidade dos demais governadores. O plano nacional nĂ£o Ă© responsabilidade dos governadores”, ressaltou Ronaldo Caiado, governador de GoiĂ¡s.
Os governadores disseram que o MinistĂ©rio da SaĂºde se comprometeu que a vacinaĂ§Ă£o seria nacional, sem privilĂ©gios para determinados estados. “O [Plano Nacional de ImunizaĂ§Ă£o] PNI Ă© nacional. NĂ£o pode ser paralelo. A gente tem que falar a mesma linguagem. NĂ³s sĂ³ temos um inimigo, o vĂrus. Temos que nos unir”, disse Pazuello.
Data
Apesar da pressa dos governadores, a data de inĂcio da vacinaĂ§Ă£o ainda nĂ£o estĂ¡ definida, jĂ¡ que ainda depende do registro na Anvisa. “A AstraZeneca e Oxford estĂ£o concluindo a Fase 3. Algumas etapas da Fase 3 serĂ£o concluĂdas para, aĂ sim, submeter Ă Anvisa para registro. Qual Ă© a previsĂ£o? AtĂ© o final de dezembro. E a Anvisa, dentro da sua responsabilidade para analisar o registro dessas vacinas, precisa de tempo para concluir essa aĂ§Ă£o. E, pelo que demonstrou, tempo prĂ³ximo a 60 dias. Pode ser menos, um pouco. Se tudo estiver redondo, sem recomendações incompletas. Se isso acontecer, vamos ter o registro definitivo da AstraZeneca no final de fevereiro. Mesmo que tenha chegado Ă s 15 milhões de doses em janeiro”, explicou Pazuello.
LogĂstica
Enquanto o registro nĂ£o sai, o ministro disse aos governadores que o MinistĂ©rio da SaĂºde jĂ¡ elaborou a logĂstica de distribuiĂ§Ă£o nacional das vacinas, que serĂ¡ apresentada em breve. “É muito importante que se sigam todos os passos. Quando falamos de saĂºde, nĂ£o podemos abrir mĂ£o de eficĂ¡cia, segurança e responsabilidade. Quando nĂ³s colocarmos uma vacina, seremos nĂ³s os responsĂ¡veis”, disse o ministro aos governadores.
Na reuniĂ£o, tambĂ©m foram destacadas as tratativas do MinistĂ©rio da SaĂºde com o laboratĂ³rio Pfizer e com o Instituto Butantan, alĂ©m dos prazos para o inĂcio da campanha de vacinaĂ§Ă£o no Brasil conduzida pelo PNI, que serĂ¡ dividida em quatro fases.
Pazuello destacou que 15 milhões de doses da vacina de Oxford/AstraZeneca – das 100 milhões acordadas – jĂ¡ começam a chegar em janeiro de 2021. “NĂ³s vamos vacinar todo mundo na maior velocidade possĂvel”, garantiu o ministro da SaĂºde.
Fonte: Agencia Brasil