A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu suspender a aĂ§Ă£o penal aberta ontem (31) pela Justiça Federal em Curitiba contra o ministro do Tribunal de Contas da UniĂ£o (TCU) Vital do RĂªgo.

O processo foi suspenso devido ao empate na votaĂ§Ă£o de um recurso que a defesa do ministro apresentou ao STF no ano passado. Os advogados alegaram que nĂ£o hĂ¡ indĂ­cios mĂ­nimos para o prosseguimento das investigações. A suspensĂ£o terĂ¡ validade atĂ© o julgamento final da questĂ£o pela Corte.

Durante o julgamento, os ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski votaram pela suspensĂ£o do processo e o relator, Edson Fachin, e a ministra CĂ¡rmen LĂºcia se manifestaram contra a medida. Celso de Mello nĂ£o participou da sessĂ£o porque estĂ¡ em licença mĂ©dica. Pelo regimento interno do STF, em caso de empate na votaĂ§Ă£o, prevalece a decisĂ£o mais benĂ©fica ao investigado.
DenĂºncia

Ontem (31), o juiz Luiz Antonio Bonat, da 13ª Vara Federal em Curitiba, aceitou denĂºncia apresentada pela força-tarefa da OperaĂ§Ă£o Lava Jato contra Vital do RĂªgo. Com a decisĂ£o, o ministro passou Ă  condiĂ§Ă£o de rĂ©u e iria responder a uma aĂ§Ă£o penal pelo suposto cometimento dos crimes de corrupĂ§Ă£o e lavagem de dinheiro. AlĂ©m do ministro, mais nove pessoas tambĂ©m viraram rĂ©us no processo.

De acordo com denĂºncia apresentada na semana passada pelo MinistĂ©rio PĂºblico Federal (MPF) no ParanĂ¡, em 2014, quando ocupou o cargo de senador e presidiu a ComissĂ£o Parlamentar Mista de InquĂ©rito (CPMI) da Petrobras, Vital teria recebido R$ 3 milhões do ex-executivo da empreiteira OAS, LĂ©o Pinheiro, para que pessoas ligadas Ă  empresa nĂ£o fossem convocadas para depor na comissĂ£o. Pinheiro foi um dos investigados que assinaram acordo de delaĂ§Ă£o premiada com a Lava Jato.

ApĂ³s ser denunciado, o ministro disse que foi surpreendido com a aĂ§Ă£o do MPF porque o inquĂ©rito estĂ¡ em tramitaĂ§Ă£o hĂ¡ cinco anos sem que os ex-procuradores da RepĂºblica Raquel Dodge e Rodrigo Janot tenham encontrado elementos para denunciĂ¡-lo.

Segundo Vital do RĂªgo, “causa estranheza e indignaĂ§Ă£o o fato de que a denĂºncia nasceu de um inquĂ©rito aberto sem autorizaĂ§Ă£o do Supremo Tribunal Federal [STF], que ainda aprecia recurso contra a remessa da investigaĂ§Ă£o para Curitiba, em uma clara usurpaĂ§Ă£o da competĂªncia do STF”.

Fonte: Agencia Brasil