O primeiro trimestre da pandemia de covid-19, declarada oficialmente em 11 de março, ocasionou uma perda mĂ©dia de 20,1% na renda dos brasileiros, baixando o valor de R$ 1.118 para R$ 893 mensais. No cĂ¡lculo, consideram-se mercados formal e informal e tambĂ©m a parcela de trabalhadores sem emprego. 

No perĂ­odo, o coeficiente de Gini, usado para mensurar o nĂ­vel de desigualdade social, aumentou 2,82%. Os apontamentos constam da pesquisa Efeitos da pandemia sobre o mercado de trabalho brasileiro, coordenada pelo economista Marcelo Neri, da FundaĂ§Ă£o Getulio Vargas (FGV). 

Conforme demonstra o estudo, observa-se que tanto a queda mĂ©dia na renda como o Ă­ndice Gini atingiram nĂ­vel recorde quando analisadas variações da sĂ©rie histĂ³rica, iniciada em 2012. Enquanto os mais pobres viram a renda encolher 27,9% - de R$ 199 para R$ 144 -, o impacto foi de 17,5% - de R$ 5.428 para 4.476 -, entre os 10% mais ricos do paĂ­s.

Os pesquisadores atribuem a queda de mais de um quarto da renda Ă  reduĂ§Ă£o da jornada de trabalho, que foi de 14,34% na mĂ©dia nacional, e a outros fatores, como a prĂ³pria diminuiĂ§Ă£o na oferta de vagas. A taxa de ocupaĂ§Ă£o, isto Ă©, a parcela da força de trabalho que possui um emprego, tambĂ©m caiu 9,9%. 

O estudo afirma que a situaĂ§Ă£o pesou mais entre indĂ­genas, analfabetos e jovens de 20 a 24 anos. De acordo com os pesquisadores, mulheres foram mais afetadas, com 20,54% de queda na renda, contra 19,56% dos homens.

Fonte: Agencia Brasil