Pelo menos 142 crianças e adolescentes foram mortos de forma violenta e intencional na Paraíba em 2020 (veja abaixo a quantidade de mortes dividida por faixas etárias), segundo um relatório divulgado nesta sexta-feira (22), pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

O levantamento aponta um panorama de casos da violência sexual e letal no Brasil, a partir de boletins dos estados brasileiros.

Números absolutos de mortes violentas intencionais em 2020 na Paraíba:

0 a 4 anos – 4 mortes
5 a 9 anos – 1 morte
10 a 14 anos – 7 mortes
15 a 19 anos – 130 mortes

Ainda no ano passado, 90 crianças e adolescentes, de 0 a 19 anos, foram vítimas de estupro no estado, conforme o relatório.

Números absolutos de estupros em 2020 na Paraíba:


0 a 4 anos – 7 estupros
5 a 9 anos – 15 estupros
10 a 14 anos – 44 estupros
15 a 19 anos – 24 estupros

Já entre os anos de 2017 e 2020, foram 620 óbitos entre vítimas de 0 a 19 anos, também classificados como sendo provocados de modo violento e intencional (veja a descrição por faixa etária abaixo).


Números absolutos de mortes violentas intencionais entre 2017 e 2020 na Paraíba:

0 a 4 anos – 6 mortes
5 a 9 anos – 7 mortes
10 a 14 anos – 30 mortes
15 a 19 anos – 577 mortes

Entre os anos de 2018 e 2020, foram 293 estupros registrados entre vítimas de 0 a 17 anos.


Números absolutos de estupros entre 2018 e 2020 na Paraíba:

0 a 11 anos – 128 estupros
12 a 17 anos – 165 estupros

Os dados integram uma dura realidade vivida no país, já que nos últimos cinco anos, 35 mil crianças e adolescentes foram mortos de forma violenta no Brasil, uma média de pelo menos sete mil por ano.

Ainda no último quadriênio, 180 mil meninos e meninas sofreram violência sexual no país, uma média de 45 mil vítimas anualmente.

Segundo o Unicef, a violência acontece de forma diferente de acordo com a idade da vítima. Crianças morrem, com frequência, em decorrência da violência doméstica, por parte de um agressor conhecido. Assim também acontece com a violência sexual, cometida contra elas dentro de casa, por pessoas próximas. Já os adolescentes morrem, em sua maioria, fora de casa, vítimas da violência armada urbana e do racismo.

“A violência contra a criança acontece, principalmente, em casa. A violência contra adolescentes acontece na rua, com foco em meninos negros. Embora sejam fenômenos complementares e simultâneos, é crucial entendê-los também em suas diferenças, para desenhar políticas públicas efetivas de prevenção e resposta às violências”, afirma Florence Bauer, representante do Unicef no Brasil.

Recomendações para conter crimes letais e sexuais contra crianças e adolescentes

Conforme o Unicef, existem medidas fundamentais que precisam ser priorizadas no país, para prevenir atos de violência letal e sexual contra crianças e adolescentes, e também para dar respostas a esses crimes.

Veja as orientações da entidade:

Não justificar nem banalizar a violência;
Capacitar os profissionais que trabalham com crianças e adolescentes;
Trabalhar com as polícias para prevenir a violência;
Garantir a permanência de crianças e adolescentes na escola;
Ampliar o conhecimento de meninas e meninos sobre seus direitos e os riscos da violência;
Responsabilizar os autores das violências;
Investir no monitoramento e na geração de evidências.


Fonte: G1 PB