Faleceu este sábado aos 89 anos Abimael Guzmán, líder histórico da guerrilha peruana Sendero Luminoso.

A causa da morte foi uma infecção generalizada. Ele estava sendo atendido, devido à deterioração de suas condições de saúde, no Hospital Naval, no centro de segurança máxima da Base Naval del Callao.

Abimael Guzmán liderou o Sendero Luminoso desde sua criação e primeiras ações armadas, em 1980, até ser capturado pela ditadura de características fascistas de Alberto Fujimori, em 1992. Nesse ano, recebeu a pena de prisão perpétua. Desde então, inúmeras denúncias foram feitas a respeito dos maus-tratos por parte do Estado contra o ex-guerrilheiro.

Conhecido como “Presidente Gonzalo”, ele e seus companheiros foram extremamente influenciados pelo maoísmo e acreditavam, de maneira equivocada, que seria a partir do campo que viria a revolução. Intensamente confusos do ponto de vista ideológico, os combatentes do Sendero Luminoso (oficialmente Partido Comunista do Peru – Sendero Luminoso) dizem-se seguidores do “marxismo-leninismo-maoísmo – Pensamento Gonzalo” ─ que seria uma suposta continuação da teoria marxista.

Apesar de todos os seus erros teóricos e práticos, o Sendero Luminoso foi o grupo político que combateu o regime burguês peruano com uma proposta revolucionária, enquanto os outros se adaptavam e colaboravam com a burguesia e o imperialismo. A ditadura de Fujimori foi imposta, acima de tudo, para exterminar qualquer resistência popular, aplicando um regime terrorista contra os trabalhadores, camponeses e membros do Sendero Luminoso.

Muitos militantes do agrupamento maoísta caíram vítimas do terror fujimorista e outros, como Guzmán, tornaram-se presos políticos. Mesmo após o fim da ditadura de extrema-direita, a perseguição terrorista por parte do Estado peruano contra o Sendero Luminoso continuou e Guzmán não recebeu anistia, apesar do debilitamento de sua saúde causado pelo passar do tempo na prisão e pelas condições desumanas que lhe foram impostas.

Fonte:brasil247