Os gastos previdenciários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) com acidentes de trabalho e doenças relacionadas ao trabalho chegaram a R$ 130 milhões na Paraíba, em 2020, valor que poderia ser investido em saúde preventiva. Na Paraíba, pelo menos seis trabalhadores são vítimas de acidentes de trabalho por dia. Foram 2,3 mil acidentes de trabalho registrados no estado, no ano passado, mas os números podem ser maiores, pois essa estatística considera somente trabalhadores com carteira assinada.

Os dados são do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, ferramenta do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Eles foram apresentados pelo procurador do Trabalho Raulino Maracajá durante a abertura da 9ª Conferência Municipal de Saúde, em Campina Grande, nesta sexta-feira (17). O evento é promovido pelo Conselho Municipal de Saúde e prossegue até este sábado (18), no auditório da Fiep, no bairro José Pinheiro, em Campina Grande.

Segundo o procurador, o dinheiro gasto na Paraíba, em apenas um ano, com auxílio-doença por acidente de trabalho (R$ 12 milhões), aposentadoria por invalidez por acidente de trabalho (R$ 55 milhões), pensão por morte por acidente de trabalho (R$ 28,3 milhões) e auxílio-acidente por acidente de trabalho (R$ 35,3 milhões), totaliza R$ 130 milhões, um montante alto.

“Esses valores poderiam ser investidos em ações de saúde preventiva e na melhoria do Sistema Único de Saúde – o SUS, o maior plano de saúde que existe e que pode atender a todos e todas”, pontuou o procurador do Trabalho Raulino Maracajá, durante sua palestra na abertura da Conferência de Saúde.

“Em 2020, o Ministério Público do Trabalho computou 1.260 investigações em andamento relacionadas somente a irregularidades sobre o meio ambiente do trabalho, sendo a Paraíba o quarto estado do Nordeste e o 10º do país com mais procedimentos ativos”, disse o procurador Raulino Maracajá durante apresentação em que mostrou gráficos e dados do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho.

 

Fonte: portalcorreio