Questões políticas envolvendo a Superliga à parte, o Barcelona justificou em nota que Messi saiu do clube por conta de "obstáculos econômicos e estruturais (normativa da Liga Espanhola)". De forma mais direta, as exigências trazidas pelo fair play financeiro vigente na Espanha.

Mas por que o clube precisou chegar tão longe, a ponto de ter que abrir mão do maior jogador de sua história?

uito mais eficiente nesse sentido", disse Gustavo Hazan, diretor da área de esportes da EY.

Na temporada 2020-2021, o limite de custos para o Barcelona começou em 382 milhões de euros (R$ 2,35 bilhões), mas, na janela de inverno (janeiro), caiu para 347 milhões de euros (R$ 2,1 bilhões). Na temporada anterior, pré-pandemia, o clube podia gastar até 656 milhões de euros (R$ 4 bilhões). Àquela altura, o Real Madrid já tinha ficado com teto maior que o Barça para gastar com salários: 473 milhões de euros (R$ 2,9 milhões).

La Liga ainda não atualizou os números para 2021-2022, mas, segundo o jornal "The Guardian", o teto giraria em torno de 200 milhões de euros (R$ 1,2 bilhão).

O que é considerado custo de plantel: salários fixos e variáveis, direitos de imagem, previdência social, indenizações trabalhistas, custos de salários de jogadores emprestados e amortização de investimentos feitos no passado.

A equação do fair play financeiro leva em conta qual foi o faturamento do clube na temporada anterior e o orçamento para a que vem a seguir. Obviamente, ninguém pode gastar mais do que arrecada (ou projeta arrecadar).

O balanço financeiro mais recente publicado pelo Barcelona, em janeiro, indica que uma redução de 126 milhões de euros entre julho de 2019 e junho de 2020. E olha que a pandemia pegou o planeta futebol já em março, no trimestre final do calendário europeu. Para a temporada que viria a seguir, a projeção era de um cenário mais complicado, com os efeitos do coronavírus abarcando o campeonato por inteiro.

Qual a solução para se enquadrar no fair play financeiro, então, e respirar?

"O movimento natural e onde o clube tem maior capacidade de agir é cortando salários, pois a projeção de receitas não dá margem para grandes crescimentos. Desde a temporada passada o clube vem abrindo mão de atletas, indicando que há um esforço nesse sentido", avalia o economista Cesar Grafietti, do Itaú BBA.

O Barcelona até queria vender alguns jogadores de salário elevado, como o brasileiro Philippe Coutinho, o bósnio Pjanic e o francês Umtiti. Mas não conseguiu aliviar a folha o suficiente e até trouxe mais reforços menos badalados. Só que o custo disso tudo foi o impeditivo de renovar com Messi.

Fonte: Uol