Taperoá é um município localizado na Mesorregião da Borborema, Semiárido paraibano. Sua economia é formada pelo setor primário e terciário, porém vale ressaltar que boa parte dos fluxos econômicos e circulação da renda ocorrem pelas atividades agrícolas (milho e feijão), pecuária e extrativismo. Na pecuária podemos destacar a caprinocultura que ganha cada dia mais espaço, devido às adversidades do clima semiárido foi o criatório mais adaptável para as realidades extremas da localidade.

Nos aspectos culturais, a cidade tem um alto grau de conhecimento, devido a literatura, pois foi terra das grandes histórias de Ariano Suassuna, como destaque central para o Auto da Compadecida, dramaturgia que se tornou minissérie e filme com grande apreço em nível nacional. As festas de Carnaval e São João além de ser uma identidade local, incorporam na economia milhares de reais, sendo um dos momentos mais aguardados pela população local, devido ser um momento de descontração e complementar a renda.



Aspectos urbanos de Taperoá, com sua arquitetura histórica. Fotos: Anderson Diniz.

O município localiza-se no “polígono das secas”, sendo sua pluviometria anual entre 500 e 700 mm, as poucas chuvas precipitam durante os meses de janeiro, fevereiro, março e abril, período que ocorre a atuação da Zona de Convergência Intertropical-ZCIT, uma área de instabilidade que durante o verão-outono aproxima-se de 7° até 10° de latitude Sul, provocando chuvas torrenciais e intercalas por períodos de estiagem. Facilmente são registrados 100 mm em uma única precipitação em um curto espaço de tempo, porém ficando dias ou até meses sem ocorrer novas precipitações.

O principal manancial do município de Taperoá-PB é o açude Manoel Marcionílio. Com capacidade para mais de 15 milhões m³ de água, localizado no leito do Rio Taperoá, a aproximadamente 1 km da zona urbana, o reservatório abastece a cidade e algumas comunidades rurais, à exemplo do Sítio Quixaba e Campo do Cocho.





Do período seco ao chuvoso, Taperoá tem muito a mostrar. Fotos: Anderson Diniz.


Predomina na área a vegetação típica de Caatinga, porém vem sofrendo inúmeros impactos, devido ao desmatamento para práticas agropecuárias, pela venda da lenha e pelo desenvolvimento urbano que ocorre na margem direita do Rio Taperoá no sentido leste. É notável o processo de assoreamento no leito fluvial, devido a falta de vegetação nativa, além do plantio de culturas direcionadas a criação de bovinos, como o capim, ficando o solo exposto, durante o período de estiagem.





O relevo da região é planáltico, ficando numa altitude média de 533 metros de altitude, localizada no Planalto da Borborema, é uma área de transição entre o planalto e a depressão sertaneja. A topografia local é antiga, formada na Era Pré-Cambriana, consequentemente, a produção de sedimentos nessa região é maior, ocorrendo a atuação do intemperismo físico em boa parte do ano, devido as altas temperaturas e a forte radiação solar, ocasionando a desagregação das rochas, sendo a erosão pluvial, eólica e fluvial os principais agentes no transporte dos sedimentos.


Embora o Rio Taperoá seja o principal afluente da Bacia do Rio Paraíba, em boa parte das cidades que desenvolvem-se nas margens desse rio, ocorre a degradação da paisagem pela poluição, seja pelos canais que levam os esgotos da cidade até o rio, ou mesmo, o lixo que os moradores descartam incorretamente muitas vezes vão parar dentro do leito fluvial. Além do desmatamento da mata ciliar ao longo de suas margens, acelerando o assoreamento do leito.


Fonte: Anderson Diniz/ geografiadaparaiba