Os médicos peritos da previdência social na Paraíba paralisaram as atividades por tempo indeterminado a partir desta sexta-feira (4). A categoria garante, no entanto, que 30% dos trabalhadores vão continuar trabalhando. Com isso, os peritos se juntam aos demais servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que estão em greve desde 13 de julho.

Entre os beneficiários que estão tendo problemas por conta da greve está o estudante Jean Emmerick, de 25 anos, que já foi três vezes à agência do INSS em João Pessoa para concluir um processo para receber uma pensão. A mãe dele, por sua vez, já foi ao local mais de 10 vezes durante a paralisação, mas não conseguiu ser atendida. Ele explicou que o pai dele morreu em abril e que o processo atrasou por falta de alguns documentos.

“Quando a gente entrou com o processo, eles entraram em greve. Tivemos que remarcar, mas cada vez que a gente ia lá, não tinha ninguém para atender. Como não tem previsão, vamos aguardar a greve acabar pra ir de novo”, comentou.

Para Jean, que é deficiente físico, a pensão que recebia do pai era essencial. “Eu sou deficiente físico desde que nasci porque tive paralisia cerebral. Eu não tenho formação e ainda estou na faculdade, mas preciso pagar tratamentos, fazer fisioterapia. Por isso, preciso dessa renda, que meu pai já pagava desde que se separou da minha mãe, para ajudar”, explicou.

Segundo o diretor de políticas sindicais do Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde, Previdência e Trabalho do Estado da Paraíba (SindsprevPB), Heleno Teixeira, 80% dos atendimentos que estavam agendados para acontecer durante a greve não aconteceram.

Ainda de acordo com Teixeira, todas as 39 agências do INSS estão fechadas ou funcionamento apenas parcialmente. A estimativa é de que 90% dos cerca de mil funcionários do órgão na Paraíba tenham aderido à paralisação.

Os peritos médicos pedem redução de carga horária e reajuste salarial de 27%, entre outras reivindicações. Os servidores de nível médio e superior do INSS pedem a reposição das perdas inflacionais, o equivalente a 27,5%, a incorporação das gratificações no ato da aposentadoria, carga horária de 30 horas semanais e melhoria na qualidade do serviço público.

A perícia médica é pré-requisito indispensável para conseguir benefícios como auxílio doença, aposentadoria por invalidez, aposentadoria especial e reconhecimento de acidentes de trabalho. Para tirar dúvidas, a população pode ligar para o 135.

Fonte : G1