A mais nova pesquisa CNI/Ibope, divulgada nesta quarta-feira (30) pela Confederação Nacional das Indústrias, mostra que a avaliação ao governo Dilma Rousseff permaneceu estável nos principais índices, com pequenas oscilações, para cima ou para baixo, dentro da margem de erro. No total, foram ouvidas 2.002 pessoas de 140 municípios, entre os dias 18 e 21 de setembro.
A aprovação ao governo – aqueles que o consideram bom ou ótimo – teve pequena evolução: enquanto, na última pesquisa da CNI/Ibope, divulgada em 1º de julho, ela foi de 9%, o novo levantamento mostra que subiu para 10%. 
Ao mesmo tempo, a porcentagem daqueles que consideram o governo ruim ou péssimo também cresceu 1%, chegando a 69% – o maior índice da história de 27 anos de levantamentos da CNI/Ibope –, enquanto os mesmos 21% da pesquisa anterior o classificaram como regular.
Também houve pequena queda nos índices daqueles que aprovam a maneira de governar da presidente – de 15% para 14% –, enquanto 82% o desaprovam e 77% não confiam em Dilma – 20% disseram confiar. De acordo com os entrevistados, os principais problemas no governo são impostos (90%), taxa de juros (89%), saúde (84%) e combate à inflação (83%).
Queda acentuada
A queda de popularidade na passagem do primeiro para o segundo mandato também foi avaliada pela pesquisa – e se chegou à conclusão de que, apesar de ter sido comum em governos anteriores, a redução em relação a Dilma foi bem mais acentuada do que a observada durante os mandatos de Fernando Henrique Carodoso e Luiz Inácio Lula da Silva. 
No último mês do primeiro mandato da petista, após ter sido reeleita presidente da República e antes do início das crises econômica e política atual, 40% da população considerava o governo ótimo ou bom – agora, são apenas 10%. 
"Perder popularidade no início do segundo mandato não é novidade. Mas a perda da presidente Dilma foi mais intensa”, observou o gerente da pesquisa, Renato da Fonseca, em coletiva de imprensa.
O ministro Joaquim Levy: para pesquisa, só ajuste fiscal pode levar a melhoras nos índices
Wilson Dias/Agência Brasil
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"Mas só o fato de não ter chegado a zero a reprovação mostra que existe ainda apoio à presidente. A crise permanece. Observaremos pesquisa a pesquisa como será essa evolução. A reversão da popularidade vai ocorrer dependendo do ajuste, que está sendo lento, com dificuldades. As avaliações levam muito em conta economia e emprego. Se não houver melhora nisso, vai refletir claramente na avaliação do governo. A população está descontente com seus governantes, em geral, e não gosta do que vê hoje. O Brasil precisa achar uma saída."
A popularidade de Dilma também caiu entre os mais jovens, com idades entre 16 e 24 anos, com 77% deles considerando o governo ruim ou péssimo, oito pontos percentuais a mais do que o levantamento anterior. Ao mesmo tempo, no entanto, cresceu entre os eleitores com mais de 55 anos: 24% aprovam a maneira de Dilma governar e 70% a desaprovam.
Diferenças também foram notadas entre aqueles que cursaram somente até a quarta série do Ensino Fundamental: crescimento de 24% para 28% entre os que confiam na presidente e de 13% para 17% entre os que o consideram ótimo ou bom.
Entretanto, entre aqueles com ensino superior, o índice de ruim ou péssimo subiu sete pontos percentuais, chegando a 73%, e a desaprovação foi de 82% para 88%. 
Fonte : ultimosegundo