A venda de celulares no mercado brasileiro perdeu força em 2014, segundo estudos de consultorias do setor. Um deles, da consultoria IDC Brasil, mostra que a comercialização dos aparelhos no país --considerando o total vendido, incluindo smartphones e celulares básicos-- cresceu 7,2% no ano passado em relação a 2013, ritmo de expansão que foi quase metade do verificado em 2013 na comparação com 2012 (13%). Já o outro estudo, da consultoria Gatner, mostra queda de 11,4% nas vendas de aparelhos no país em 2014 (63,4 milhões de unidades) em relação a 2013 (71,6 milhões de unidades).

 IDC Segundo o estudo do IDC, a desaceleração foi puxada pela queda das vendas dos celulares básicos. Em 2014, foram comercializados 15,8 milhões de unidades, número 48,1% menor que o de 2013 (30,4 milhões). O IDC faz a ressalva de que esse dados podem sofrer algum ajuste nos próximos meses, uma vez que alguns fabricantes de celulares ainda não fecharam o balanço do ano. O aumento da comercialização de smartphones, no entanto, não foi suficiente para manter o ritmo de crescimento do mercado. Em 2014, foram vendidos 54,5 milhões aparelhos desse tipo, quantidade 54,8% maior que a de 2013 (35,2 milhões). 

Consultores do setor afirmam que contribui para o cenário o movimento de substituição dos celulares básicos pelos smartphones, que custam mais caro e têm tempo de troca maior. "Além disso, o cenário econômico atual --com inflação e juros altos-- também desfavorece o mercado de celulares, já que os consumidores ficam mais cautelosos na hora de comprar", diz Eduardo Tude, presidente da consultoria Teleco. 

O perfil atual dos aparelhos também contribui para a desaceleração das vendas totais, diz Leonardo Munin, analista de mercado de celular da IDC Brasil. "No passado, as pessoas tinham dois ou três aparelhos para usarem chips de diferentes operadoras. Hoje, com dispositivos dual chip [que comportam dois chips], passam a ter um celular só", afirma Munin. "Assim, o consumidor prefere segurar o dinheiro para comprar um celular mais robusto, que é muito mais caro do que celulares básicos." GATNER Para Daniel Justin Loubier, especialista de conteúdo de pesquisa da Gartner, a queda nas vendas de aparelhos país acontece por fatores domésticos. "O Brasil viu um segundo semestre mais fraco [na comercialização de celulares] por dois motivos principais: o primeiro é um crescimento mais lento da economia. 

O segundo é que as eleições diminuíram as vendas de celulares, já que muitas empresas adiaram as compras, até que [as eleições] fossem concluídas", diz Loubier. PROJEÇÃO Com a economia enfraquecida no Brasil, o IDC prevê que as vendas de smartphones cresçam 16% em 2015 na comparação com 2014, para 63,3 milhões de unidades, pouco mais de um terço do aumento verificado no ano passado na comparação com 2013 (55%).

PB Destaque com bemparana